sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


O Natal de «Rato»

     Era uma vez um casal muito pobre que tinha um filho. O menino tinha seis anos, tinha cabelo castanho, olhos castanhos e chamava-se Ricardo mas todos o chamavam de «Rato», porque ele era pequenino e cabia em qualquer canto.

     Estava a aproximar-se o Natal e os pais estavam preocupados, porque o seu filho não iria ter prendas como os outros meninos.

   - E, agora, Adelaide, estamos a três semanas do Natal! – disse o pai muito aflito. – Nós já quase nem temos dinheiro para comprar comida, roupa e para pagar a escola, quanto mais para presentes!

    - Tens razão, mas vamos contar a verdade ao “Rato”, pois quando ele escrever a carta ao pai Natal e não tiver resposta, vai ficar desiludido.

  “Rato” estava autorizado a sair de casa para ir à escola e para ir ao correio receber a correspondência. Naquele dia, ao chegar a casa, disse:

    - Mãe, não te preocupes, que eu já escrevi a carta ao Pai Natal e fui levá-la ao correio. Consegui poupar dinheiro para comprar um selo…

     A mãe, aflita e angustiada, lá começou a falar:

     - Filho, como sabes…

    Depois da mãe explicar que o Pai natal não existia, “Rato” respondeu:

     - Mãe, isso é o que os grandes dizem. Eu sei que tu e o pai estão com dificuldades, mas o Pai Natal, quando ler a minha carta, não se vai esquecer de mim.- disse “Rato” muito confiante.

     - Não querido, o Pai Natal não existe e…

     A mãe ainda não tinha acabado de falar quando “Rato” interrompeu:

     - Não acredito e não há nada que possas dizer que me faça mudar de ideias.

     Virou as costas e foi para o quarto.

     Passadas três semanas…

     Era véspera de Natal e “Rato” estava a ler o rascunho da carta, outra vez.
Querido Pai Natal
Neste natal não quero prendas. Só quero que dês aos meus pais coragem para continuar a trabalhar e a acreditar que conseguem.
Se fizeres isso por mim, vou limpar a chaminé, pôr lá uma almofada para amortecer a queda e vou preparar-te bolachas e leite.
Peço que não te esqueças…
                                                       Ricardo (Rato)

                                                          
     Fez tudo o que dizia na carta e foi-se deitar para, no dia seguinte, poder dizer aos pais que estavam enganados.
     No dia de Natal estava a nevar. “Rato” calçou os chinelos rotos e desceu as escadas a correr.         Foi ver o sapato que tinha colocado ao pé do presépio improvisado. Junto ao mesmo estava uma carta e um presente.
     A carta dizia:
Olá Rato ( se é assim que te posso chamar):
                                   És um menino diferente, todos os outros mandaram listas enormes a pedir brinquedos e tu não. Por isso, deixo-te uma lembrança.                                                                                                        
                                                                                                           Pai Natal
- Ele existe, eu sabia, ele existe!
Abriu o presente e viu um frasco e um carro telecomandado. O frasco tinha uma etiqueta a dizer:
                                                             CORAGEM
O menino deu o frasco aos pais e aquele foi o melhor Natal de sempre.
 
2.º lugar no concurso “Palavras de Natal” – 2.º ciclo   Ano letivo 2012/13
                                                                                                                                      Maria João Esteves     N.º 12    5.º D
 
 

1 comentário: