O Natal de «Rato»
Era
uma vez um casal muito pobre que tinha um filho. O menino tinha seis anos,
tinha cabelo castanho, olhos castanhos e chamava-se Ricardo mas todos o
chamavam de «Rato», porque ele era pequenino e cabia em qualquer canto.
Estava
a aproximar-se o Natal e os pais estavam preocupados, porque o seu filho não
iria ter prendas como os outros meninos.
-
E, agora, Adelaide, estamos a três semanas do Natal! – disse o pai muito
aflito. – Nós já quase nem temos dinheiro para comprar comida, roupa e para
pagar a escola, quanto mais para presentes!
-
Tens razão, mas vamos contar a verdade ao “Rato”, pois quando ele escrever a
carta ao pai Natal e não tiver resposta, vai ficar desiludido.
“Rato”
estava autorizado a sair de casa para ir à escola e para ir ao correio receber
a correspondência. Naquele dia, ao chegar a casa, disse:
-
Mãe, não te preocupes, que eu já escrevi a carta ao Pai Natal e fui levá-la ao
correio. Consegui poupar dinheiro para comprar um selo…
A
mãe, aflita e angustiada, lá começou a falar:
-
Filho, como sabes…
Depois
da mãe explicar que o Pai natal não existia, “Rato” respondeu:
-
Mãe, isso é o que os grandes dizem. Eu sei que tu e o pai estão com
dificuldades, mas o Pai Natal, quando ler a minha carta, não se vai esquecer de
mim.- disse “Rato” muito confiante.
-
Não querido, o Pai Natal não existe e…
A
mãe ainda não tinha acabado de falar quando “Rato” interrompeu:
-
Não acredito e não há nada que possas dizer que me faça mudar de ideias.
Virou
as costas e foi para o quarto.
Passadas
três semanas…
Era
véspera de Natal e “Rato” estava a ler o rascunho da carta, outra vez.
Querido
Pai Natal
Neste
natal não quero prendas. Só quero que dês aos meus pais coragem para continuar
a trabalhar e a acreditar que conseguem.
Se
fizeres isso por mim, vou limpar a chaminé, pôr lá uma almofada para amortecer
a queda e vou preparar-te bolachas e leite.
Peço que
não te esqueças…
Ricardo (Rato)
Abriu o presente e viu um frasco e um
carro telecomandado. O frasco tinha uma etiqueta a dizer:
Fez tudo o que dizia na carta e foi-se
deitar para, no dia seguinte, poder dizer aos pais que estavam enganados.
No
dia de Natal estava a nevar. “Rato” calçou os chinelos rotos e desceu as
escadas a correr. Foi ver o
sapato que tinha colocado ao pé do presépio improvisado. Junto ao mesmo estava
uma carta e um presente.
A
carta dizia:
Olá Rato ( se é assim que te posso chamar):
És um menino diferente, todos
os outros mandaram listas enormes a pedir brinquedos e tu não. Por isso,
deixo-te uma lembrança.
Pai
Natal
- Ele existe, eu sabia, ele existe!
CORAGEM
O menino deu o frasco aos pais e aquele foi o melhor Natal de
sempre.
2.º lugar no concurso “Palavras de
Natal” – 2.º ciclo Ano letivo 2012/13
Maria João Esteves N.º 12
5.º D
Bom trabalho. Continua assim.
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