sábado, 23 de fevereiro de 2013


Uma aventura na serra

 

Estava uma manhã muito fria, a neve caía rapidamente e os flocos grandes e brancos formavam um extraordinário manto que se prolongava pelo horizonte.

A Francisca tinha ido, como habitualmente, passar as férias de Carnaval à serra com a sua família. O chalé onde ficavam era agradável, com uma grande lareira, uma bela cozinha, quartos e até mesmo uma piscina interior aquecida, onde a família se divertia quando o tempo não lhes permitia passear e esquiar pela serra.

Naquele dia, a Francisca estava impaciente, pois queria mesmo poder desfrutar da beleza do lugar, mas nevava com tal força que isso não era possível. Assim, decidiu continuar a ler o livro de aventuras que a madrinha lhe tinha oferecido, pois sabia como ela adorava um bom mistério. Deitou-se no aconchegante sofá, que estava mesmo em frente à lareira, e perdeu-se nas páginas do seu livro.

Após devorar três capítulos, reparou que tinha parado de nevar. Então, avisou os pais e saiu. Não se podia demorar muito, pois era quase hora de almoço e a mãe detestava atrasos às refeições.

Caminhou por entre as árvores que estavam vergadas, tal era o peso que carregavam, sempre registando aquela paisagem com a sua máquina digital, oferecida pelo seu querido pai, no seu décimo aniversário. Entretida a fotografar e maravilhada com as vistas, nem reparou que se tinha afastado muito da casa.

A neve voltava a cair, a Francisca olhou o relógio e viu que estava na hora do regresso, mas virando-se para todos os lados não sabia para qual ir. Norte, sul e nada, pois a neve tinha-lhe apagado o rasto e tudo à sua volta parecia desconhecido.

Começou a correr, um medo estranho apoderava-se do seu corpo e pensou que estava realmente perdida. Muito aflita, tentou gritar, mas da sua boca apenas saíam gemidos de desespero que pairavam no ar, sem resposta.

O que fazer? Corria cada vez mais, a neve a tapar-lhe a vista. Não sabia mais o que fazer e, por isso, parou.

Então, começou a sentir os seus pés deslocarem-se, sem que os tivesse mexido. O terreno cedia, parecia uma avalanche e ela seria levada também. Tremia sem parar, gritava, tentava arranjar algo para se agarrar. Nada a fazer, pensava mesmo que ia morrer…

 De repente, sentiu as mãos queridas e preocupadas da mãe que a abanavam suavemente.

Acordou sobressaltada. Olhou tudo à sua volta e sorriu. Não estava perdida no meio da serra e não havia nenhuma avalanche. Estava sim confortavelmente deitada no sofá do chalé com o livro a seu lado.

Suspirou de alívio, tinha sido apenas um sonho, a sua imaginação a trabalhar…

                                                                      Joana Margarida Martins Gomes nº 8 5ºC

O festival das letras

 

     Era uma vez uma letra chamada “M” que andava, desde o início do mês de fevereiro, a preparar-se para o chamado “festival das letras “.

     No festival das letras só entravam as palavras, as letras e as nuvens feitas de letras. Nele era costume organizarem-se muitas atividades, como, por exemplo, concursos, bailes, jogos e muitas outras coisas.

     No dia do festival, a letra “M” levou vestido um fato de treino para poder participar nos jogos e, para depois dos jogos, levou na sua sacola um fato formal.

     Quando a letra “M” chegou ao festival, viu um monte de jogos para experimentar e começou logo pelo que estava mais perto, um jogo de futebol entre as vogais e as consoantes. Mas nem todas as consoantes, apenas o “V” que jogava à baliza, o “J”, o “B” e o “D”. As cinco consoantes iriam jogar contra as vogais e tentar vencer. O jogo de futebol era muito importante para todas as letras.

     Depois do futebol e de uma grande vitória, foi à casa de banho vestir o seu bonito fato formal. Na festa estavam algumas letras famosas e o nosso amigo “M” aproveitou para lhes pedir autógrafos, principalmente ao mais famoso, o “R”, que andava sempre acompanhado do seu amigo “T”.

     Quando foi pedir um autógrafo ao famoso “R”, reparou que havia alguma coisa estranha com a letra “T”. Ele já antes o tinha visto durante o jogo de futebol e o seu aspeto tinha-lhe parecido diferente. Se bem se lembrava, o “T” era mais alto, mais forte e usava óculos, por isso, quando foi pedir o autógrafo perguntou à letra “R” quem era o seu amigo. O “R” ficou muito atrapalhado e confessou-lhe que o “T” era na realidade o número 7.De imediato, lhe pediu para não dizer a ninguém, uma vez que os números não podiam estar naquele festival. O “M”, como era simpático, concordou em não dizer nada a ninguém.

     De repente, o chão começou a tremer e começaram a ouvir um barulho estranho. Todas as letras ficaram assustadas, mas o presidente que já ia ao festival há muitos anos, lembrou-se que ali perto passavam os números por causa de um jogo que faziam sempre. O presidente lembrou-se que os números sempre que veem contas incompletas ou erradas têm a obrigação de as corrigir e, por isso, com a ajuda de muitos “letrocidadãos” puseram à vista muitas contas incompletas e erradas, de modo a que os números ficassem ocupados a trabalhar e não continuassem a fazer tremer o chão com a sua correria. Afinal de contas eram milhares!

     Por causa do presidente e dos “letrocidadãos”, o nonagésimo sétimo festival das letras foi salvo.

 
                                                                              João Miguel Pires

                                                                                5ºD, nº10

Viagem à Jamaica II



Conforme tinham combinado, colocaram-se os quatro na pista de corrida, junto à linha de partida. Ysquiel e Ambrosino virados para a meta e Yohan Blake e Usain Bolt de costas voltadas. Quem os observasse, pensariam que estavam prontos a partir para metas diferentes. Mas, não!....

- 1...2...3... Partida- gritou Ambrosino.

Bolt isolou-se imediatamente dos restantes, mas a meio do percurso desequilibrou-se e estatelou-se no chão (sem se magoar, claro!).

Blake não resistiu a olhar para a frente, quando alguém gritou “Ganhei!”, e foi desqualificado.

Pois é! Surpreendentemente, o Ambrosino foi o vencedor da corrida de velocidade (100 metros).

- Boa, és um grande corredor- disse Bolt- davas um bom velocista!...

- Obrigado! Se calhar, ainda me torno profissional...- disse Ambrosino, surpreendido consigo mesmo.

À noite, Ambrosino dormiu sobre o assunto e sonhou que corria numa prova de alta competição e tinha sido o primeiro a cortar a meta. Os aplausos do público acordaram-no. Era só um sonho, o melhor era voltar a adormecer.

No dia seguinte, foi ter com Blake e perguntou-lhe se podia treinar com ele.

-Sim, podes. - respondeu Blake, entusiasmado.

Os jornalistas viram o Ambrosino a treinar com Blake e foram dizer aos organizadores das corridas de Montego Bay que havia um jovem atleta, com muito potencial, a treinar com Yohan Blake e que seria interessante convidá-lo a participar numa corrida de velocidade.

Ambrosino e Blake passaram o dia todo a treinar.

Quando chegou a casa do tio, ficou surpreendido por ter uma carta para ele, sem ser dos pais, na receção da mansão. Abriu-a ansiosamente e leu-a:
                                                                                
                                                                                Montego Bay, 07/02/2013
 
     Caro Ambrosino,
 
     A Lightning Speed Montego tem o prazer de o convidar a participar nas corridas de velocidade de Montego Bay de qualificação para o Mundial, em Moscovo, em 2013. As provas decorrerão nos dias 26 e 27 do presente mês, das 10h às 12h, na pista o.
     Esperamos, ansiosamente, a sua resposta.
                                            
                                                                     O diretor da Lightning Speed Montego
                                                                                 (Empresa de corridas de velocidade de Montego Bay)
                                                                                                                                          
- Para mim? Finalmente vou correr profissionalmente, fixe! Yeah, Yeah!...- exclamou o Ambrosino super feliz.
Ele foi logo contar ao tio e ao Ysquiel da carta que tinha recebido e eles felicitaram-no muito contentes, também.
Nessa noite, quase não dormiu a pensar no seu futuro, cheio de grandes expetativas.
Logo de manhã, quando acordou, foi treinar com o Blake e contou-lhe a novidade.
- Boa, Ambrosino! Seremos parceiros de corrida. – disse Blake, entusiasmado por poder ajudar um jovem a concretizar o seu sonho de ser velocista.
- Obrigado por me ajudares. Prometo que me vou esforçar ao máximo para não te deixar ficar mal. Eu queria pedir-te para não contares nada ao Bolt, porque queria fazer-lhe uma surpresa. Ele nem vai acreditar que eu consegui chegar a este patamar. E tudo começou com uma simples brincadeira….
 
(continua no próximo texto livre….)
Duarte Miguel Lourenço Lima, 5ºD, Nº3
 
 

 
 
 

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


O barulho das tesouras a cortar papel

 

A história que aqui vou contar,

Nada tem pr’a imaginar,

Mas vai ficar na memória

Como ficou a mim;

Então, decidi começar assim:

 

Estávamos nós na aula de Português

Quando a professora disse assim:

“-Só quero ouvir o barulho das tesouras a cortar papel.”

E olhou um tempito para mim.                      

                                                        

Aquela frase ficou-me no ouvido,

É como se fosse algo que tivesse vivido.

 

Mas o mais espantoso, era o barulho melodioso.

Era como se elas cantassem,

Falassem e beijassem o papel

 

Porém, agora sei que escutarão, de outra forma,

O barulho das tesouras a cortar papel;

E, da minha sala a tesoura que faz mais barulho é a do Miguel.

 

 

Beatriz Rodrigues Nº21-5ºD

Os Contos Inventados

 
            Num mundo distante, o país das histórias era um lugar onde só habitavam personagens dentro das suas casas, os livros.
         Elas sentiam-se sozinhas, porque só conheciam a sua casa e as personagens da sua história, por isso os dias eram todos iguais, passados nos mesmos sítios com os mesmos amigos e inimigos.
         Certo dia, as personagens da história do “Capuchinho Vermelho” decidiram fazer uma reunião e a avozinha teve a ideia de inventar uma nave que os levasse a outras histórias.
         Quando estavam a descolar, já iam fora da história deles, despistaram-se e caíram num sítio cheio de árvores. Eles pensavam que ainda estavam na sua história, mas quando viram uma mina, pessoas pequenas, barbudas e com chapéus na cabeça, perguntaram:
- Bom dia! Sabem dizer-nos onde estamos?
         Os sete anões responderam:
- Estão na história da “Branca de Neve e os Sete Anões”.
         De seguida, eles perguntaram às personagens da história da Capuchinho Vermelho se eles queriam ir a casa deles.
         O lobo disse logo que sim, porque estava esfomeado e não conseguia resistir.
         Lá foram todos em direção à casa dos sete anões e, quando bateram à porta, ouviram uma voz meiga e querida a perguntar:
- Quem é?
         O Capuchinho Vermelho pensou logo que era a Branca de Neve e ficou muito feliz por ter uma nova amiga para brincar.
         Depois disto, eles visitaram outras histórias, mas a que gostaram mais foi a da Branca de Neve.
          Para que as personagens das outras histórias não se sentissem tão sós, eles decidiram emprestar-lhes a sua nave para eles se poderem aventurar e conhecer outros lugares, outras personagens e outras histórias.
         E foi assim que os contos encantados do país das histórias passaram a chamar-se “os contos inventados”.
 
                                                           Rafaela Gomes Fernandes     5.º D