Sonhar é querer!
Era uma vez um
rapaz alto, moreno e com o cabelo ruivo ondulado chamado Marco António. Ele
tinha um sonho: chegar à seleção nacional de hóquei em patins. Era pobre e
tinha onze anos.
Vivia numa
pequena aldeia nos arredores de Lisboa e os pais eram agricultores humildes e
trabalhavam de sol a sol para sustentar a família e poderem dar uma boa vida ao
filho.
O seu sonho
começou na escola, no desporto escolar. Ele tinha de escolher uma atividade
desportiva entre dança, natação ou hóquei. Ele queria muito ir para o hóquei,
porque tinha visto na televisão um jogo da seleção nacional e tinha ficado
entusiasmado com aquela modalidade desportiva que exigia muita habilidade,
força física e inteligência. Mas havia um problema, quem escolhesse hóquei
precisava de patins e eram muito, muito caros. Resolveu falar com o padrinho,
que era engenheiro numa grande empresa, e ele prometeu pagar-lhe só metade do
preço dos patins. Mas Marco não desistiu! Como sabia que o seu vizinho andava à
procura de quem o ajudasse nos trabalhos agrícolas, foi ter com ele e propôs-lhe
ajudá-lo em troca do resto do dinheiro que faltava. Por isso, durante um mês, o
Marco trabalhou arduamente nas terras do vizinho, depois da escola, para
conseguir pagar os patins que tanto desejava.
Quando teve o
dinheiro suficiente, foi com o pai comprar os tão ansiados patins. Quando
chegou à loja, ficou muito surpreendido quando se deparou com uma promoção em
que se ofereciam um stick na compra
de uns patins. Foi ouro sobre azul.
No dia seguinte,
mal acabou a escola, foi para o treino. E, nesse treino, conseguiu fintar o
melhor jogador da equipa e marcar golo ao melhor guarda-redes. Foi um excelente
começo. O treinador fartou-se de o elogiar. Ele sentiu-se muito entusiasmado.
Felicíssimo voltou para casa e foi contar o seu treino estupendo aos pais e ao
seu vizinho. Eles deram-lhes os parabéns e insistiram que ele não podia deixar
de ser um dos melhores alunos da escola e dedicar-se somente ao hóquei.
Durante cinco
anos treinou arduamente para conseguir chegar à seleção nacional.
Um dia, andava
ele no 10º ano, foi chamado à sala do diretor onde estavam os seus pais
sentados, com um ar desconfiado. Dentro da sala estavam, também, uns senhores
engravatados e com ar de importantes que o diretor apresentou como sendo
treinador e olheiro da seleção nacional de hóquei. Eles queriam que o Marco
fosse treinar com a seleção e explicaram que teria de ir todos os dias para
Lisboa treinar. Os pais do Marco ficaram logo muito aflitos e disseram-lhes que
não podiam levá-lo aos treinos porque não tinham automóvel, nem dinheiro para o
passe de autocarro. O treinador acalmou-os e garantiu-lhes que um motorista o
viria buscar e trazer todos os dias, além de lhe pagar todas as despesas que
tivessem a ver com o hóquei. Até ia ter um salário! Tanto Marco como os pais
ficaram muito felizes com este convite, pois assim Marco podia concretizar o
seu sonho.
Marco
treinou, jogou e hoje em dia é o melhor jogador de hóquei em patins do mundo.
Nunca
devemos desistir dos nossos sonhos. Temos é de lutar por eles!
Duarte Miguel Lourenço
Lima, 6ºD, nº4
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