A casa assombrada
O Halloween estava a chegar.
Em casa do Pedro já se notava a agitação, pois ele e os seus amigos estavam a
preparar a festa para essa noite especial. O local escolhido fora uma casa de
um tio do Pedro. Na realidade, não era uma casa qualquer, parecia mais um
castelo, era muito grande com uma torre no centro, um salão enorme cheio de
estátuas e um jardim a toda a volta.
Uns dias antes, o Pedro
tinha pedido a casa ao tio e como não vivia lá ninguém há algum tempo, ele
deixou, com a condição de não estragarem nada, nem subirem a escadaria que ia
dar aos quartos.
O Pedro contou aos seus
amigos e o Leonardo exclamou:
-Ena pá, que bom! Mas por que
é que não podemos subir essas tais escadas?
- O meu tio disse que não as
podíamos subir e pronto- refilou o Pedro.
- Está bem, está bem, não
precisas de ficar assim.
E passados dois dias, o Pedro,
a Mariana, o Leonardo e a Camila foram para a tal casa.
Quando entraram o Leonardo disse:
- Ó meu Deus, isto é mesmo
assustador. Que emocionante!
- É verdade! A nossa festa
vai ser um sucesso…-acrescentou a Camila.
Depois de tudo preparado, a
festa começou. As mesas estavam cheias de guloseimas. Em algumas, havia gomas
em forma de olhos de veias e de dentes de vampiro. Noutras havia bolos e sumos.
O Leonardo vestira-se de drácula,
o Pedro de múmia, a Camila de bruxa e a Mariana de teste de matemática. Então o
Pedro perguntou:
- Porque é que estás vestida
de teste de Matemática?
- Não há nada mais assustador
do que um teste de Matemática!- declarou a Mariana.
A festa estava a correr
muito bem, todos se divertiam a valer, menos o Leonardo que parecia um pouco
chateado. A certa altura ele disse aborrecido:
- E que tal se jogássemos às
escondidas?
- Pode ser, mas onde é que
jogamos? Apesar desta sala ser grande, precisamos de outros locais para nos
escondermos.
-Já sei. Podemos jogar lá em
cima. Basta subirmos as escadas e temos logo quinhentos quartos disponíveis.- disse
a Camila.
- Não, nem pensar! O meu tio
disse que nós não podíamos subi-las.
- Vá lá Pedro. É só um bocadinho.
O Pedro não queria, mas lá
acabou por ceder.
Então, deram início ao jogo
e o Pedro foi o primeiro a correr para as escadas, pois conhecia um local
extraordinário para se esconder. Ao subir, sentiu uma ventania, o que era
estranho, porque todas as janelas estavam fechadas.
- Pessoal, estão a sentir
alguma coisa?
- Sim, uma grande ventania. Está
alguma janela aberta, Pedro?
- Não, mas estou a ficar
cheiinho de frio.
- Malta, acho que é me… me…
melhor descer as escadas! – disse o Leonardo,
que parecia bater castanholas de tanto tremer.
Os quatro amigos iam a descer
as escadas e, quando meteram o pé na primeira escada, abriu-se um alçapão. Vários
minutos depois, eles caíram numa pequena sala cheia de teias de aranha e de
muitos ratos onde encontraram, no cimo de uma pedra, um diamante. Ao pé desse
diamante havia uma placa que dizia : “Se tirar o diamante do sítio será
amaldiçoado para sempre.”
- Amaldiçoados já estamos
nós com o Passos Coelho! – exclamou o Pedro.
- É melhor não tirarmos o
diamante daí.- declarou a Camila .
- O quê, estás a brincar?
Este diamante deve valer para aí duzentos mil euros.- disse a Mariana.
- Não! Não o vamos levar! Vamos
embora.
Eles foram embora, mas o Leonardo
levou o diamante com ele sem ninguém ver.
De regresso à sala da festa, estavam
ainda espantados com o que tinha acontecido, quando se ouviu uma voz muito
rouca e grave:
-Vocês levaram o diamante,
por isso amaldiçoar-vos-ei para sempre.
Em estado de choque, olharam
uns para os outros e viram o Leonardo muito corado.
- Leonardo, por acaso tu
trouxeste o diamante contigo?
- Sim, ele era tão brilhante,
tão reluzente que eu não resisti.
De repente, a casa ficou às escuras.
As portas batiam, o vento soprava e os quatro amigos começaram a ouvir passos
que pareciam uma pessoa a descer as escadas.
- Nossa senhora dos hipopótamos
- disse o Leonardo enquanto tremia e roía as unhas.
-Pessoal!
-Sim, Pedro?
- Acho que é melhor fugirmos.
Então os quatro amigos
fugiram da casa, enquanto chovia a potes e uma trovoada violenta rasgava o céu.
Passado um bocado, chegaram
a casa do Pedro e o Leonardo já não tinha o diamante, porque o tinha deixado
cair em plena fuga. Muito preocupados, tentavam descobrir o que fazer, quando
chegou o tio com o diamante e um enorme sorriso no rosto. Então, contou-lhes
que tudo tinha sido uma partida dele, menos o alçapão que era mesmo real, para
que eles tivessem uma noite digna de bruxas.
- Bem pessoal, não
conseguimos ficar ricos, mas passámos um dia das bruxas bem assustador.-
finalizou o Pedro.
Depois de tudo esclarecido e
de muitas gargalhadas, todos concordaram que tinha sido a melhor festa de
sempre.
Joana Margarida Martins Gomes nº8 5ºC