Uma
aventura na serra
Estava uma manhã muito fria,
a neve caía rapidamente e os flocos grandes e brancos formavam um
extraordinário manto que se prolongava pelo horizonte.
A Francisca tinha ido, como
habitualmente, passar as férias de Carnaval à serra com a sua família. O chalé
onde ficavam era agradável, com uma grande lareira, uma bela cozinha, quartos e
até mesmo uma piscina interior aquecida, onde a família se divertia quando o
tempo não lhes permitia passear e esquiar pela serra.
Naquele dia, a Francisca estava
impaciente, pois queria mesmo poder desfrutar da beleza do lugar, mas nevava
com tal força que isso não era possível. Assim, decidiu continuar a ler o livro
de aventuras que a madrinha lhe tinha oferecido, pois sabia como ela adorava um
bom mistério. Deitou-se no aconchegante sofá, que estava mesmo em frente à
lareira, e perdeu-se nas páginas do seu livro.
Após devorar três capítulos,
reparou que tinha parado de nevar. Então, avisou os pais e saiu. Não se podia
demorar muito, pois era quase hora de almoço e a mãe detestava atrasos às
refeições.
Caminhou por entre as
árvores que estavam vergadas, tal era o peso que carregavam, sempre registando
aquela paisagem com a sua máquina digital, oferecida pelo seu querido pai, no
seu décimo aniversário. Entretida a fotografar e maravilhada com as vistas, nem
reparou que se tinha afastado muito da casa.
A neve voltava a cair, a
Francisca olhou o relógio e viu que estava na hora do regresso, mas virando-se
para todos os lados não sabia para qual ir. Norte, sul e nada, pois a neve
tinha-lhe apagado o rasto e tudo à sua volta parecia desconhecido.
Começou a correr, um medo
estranho apoderava-se do seu corpo e pensou que estava realmente perdida. Muito
aflita, tentou gritar, mas da sua boca apenas saíam gemidos de desespero que pairavam
no ar, sem resposta.
O que fazer? Corria cada vez
mais, a neve a tapar-lhe a vista. Não sabia mais o que fazer e, por isso,
parou.
Então, começou a sentir os
seus pés deslocarem-se, sem que os tivesse mexido. O terreno cedia, parecia uma
avalanche e ela seria levada também. Tremia sem parar, gritava, tentava
arranjar algo para se agarrar. Nada a fazer, pensava mesmo que ia morrer…
De repente, sentiu as mãos queridas e preocupadas
da mãe que a abanavam suavemente.
Acordou sobressaltada. Olhou
tudo à sua volta e sorriu. Não estava perdida no meio da serra e não havia
nenhuma avalanche. Estava sim confortavelmente deitada no sofá do chalé com o
livro a seu lado.
Suspirou de alívio, tinha
sido apenas um sonho, a sua imaginação a trabalhar…
Joana Margarida Martins
Gomes nº 8 5ºC
Gosto do teu texto
ResponderEliminarContinua assim pois podes ser uma boa escritora