sábado, 1 de março de 2014


A menina e a lua

            Naquela manhã de primavera, a Joana saiu de casa muito triste, pois aproximava-se um dia de escola. Subiu umas poucas de rampas e de escadas, até chegar à estrada.

            Ao pé da estrada, do lado direito, havia uma paragem de autocarro, onde todos os “amigos” de Joana se sentavam à espera do autocarro. Na realidade, as pessoas que se sentavam nesse banco não eram amigas de Joana, pois ela não tinha amigos.

            Joana era uma menina baixa, que tinha um cabelo liso e preto, os seus olhos eram cor de avelã e a sua boca era como uma romã, bem encarnada. Ela não tinha amigos, pois todos gozavam com ela por ser tão baixa e usar óculos. Passava no corredor da escola e o que mais ouvia eram alunos a insultá-la que diziam “És uma caixa de óculos!” e muitos outros insultos. Assim, Joana acabava por se isolar num canto da escola, onde chorava para deitar a sua dor toda para fora, pois não tinha com quem desabafar.

            Nas aulas ninguém queria ficar ao pé dela, então era obrigada a ficar sempre sozinha. Não era muito boa aluna, pois não tinha auto-confiança e, com todas as bocas, Joana ainda se ia mais abaixo. Por vezes preferia calar-se, não se defender e deixar-se levar pelo que as outras pessoas diziam.

            Quando chegava a casa, os pais ainda estavam a trabalhar, então Joana trancava-se no quarto e estudava com pouca concentração, mas quando anoitecia e a lua subia ao céu, Joana vestia um casaco, abria a janela e punha-se a falar com ela.

            Por muito estranho que pareça, a lua era a única amiga de Joana, era com a lua que ela expressava os seus sentimentos.

            Podem não acreditar, mas tudo é possível, porque um dia a lua falou com Joana. Lembro-me perfeitamente desse momento como se tivesse acontecido ontem. Eram onze horas da noite e Joana chorava, chorava, então ouviu-se uma voz suave e meiga que dissera:

            -Não chores, Joana!

            Joana, ouvindo isto, parou de chorar e soluçando, com uma voz baixa, sussurrou:

            -Quem és tu?

            -Sou a lua, estive a ouvir e a ver-te todos os dias quando falavas para mim pela janela, mas eu não gosto de te ver chorar.

            -Mas eu estou muito triste, não tenho amigos!

            -Tens, tens, tens-me a mim, eu sou tua amiga!

            -Sim, eu sei mas todos os outros meninos gozam comigo!

            -Amanhã é dia de escola, e quando os teus colegas te insultarem, segues em frente e não ligas ao que eles dizem. Mas, agora, mudando de assunto, queres vir dar um passeio pelo céu?

            -Claro que sim, nunca na vida eu iria recusar!

            No dia seguinte, Joana parecia outra pessoa, totalmente diferente, muito mais divertida e alegre e nunca mais voltou a chorar nos cantos da escola. Ela fez muitos amigos e os seus outros colegas deixaram de a chatear.

            E tu? Nunca te deixes ir a baixo com coisas que os totós de alguns dos teus colegas te dizem. Segue em frente e vive a tua vida ao máximo!

Carolina Raquel Rocha Ferreira Nº2 6ºA

2 comentários:

  1. Beatriz Rodrigues-6ºD1 de março de 2014 às 06:44

    Parabéns Carolina pelo excelente trabalho.
    Infelizmente Portugal ainda tem muitos casos de bullying como o de Joana.
    Continua a escrever para ajudar/encorajar todos aqueles que sofrem todos os dias por causa dos outros sem razão...
    Boa ajuda muito bem!!!!!!!!

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  2. Muito bem Carolina, acho que tu escreves muito bem!!
    Pões os adjetivos de forma engraçada apesar de ser uma história onde uma rapariga é vítima de bullying.
    Continua assim!!!

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